Orbis Conecta reúne nomes de expressão da área da saúde e debate olhar sobre segurança do paciente

 

Evento contou com palestra do presidente da Sobrasp e mesa redonda sobre “A Engenharia Clínica nas Instituições de Saúde”

A primeira edição do Orbis Conecta, realizada no auditório do Ipog, em Goiânia, reuniu grandes nomes de expressão da área da saúde para debater a Segurança do Paciente nas instituições de saúde. O evento, organizado pela Orbis Engenharia Clínica e Hospitalar, também fez parte das ações em comemoração aos 10 anos do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), que neste ano teve como tema. “Compartilhar os avanços para acelerar a mudança”. Segundo o presidente da Orbis, Ricardo Maranhão, a primeira edição do Orbis Conecta cumpriu com sua missão, que, segundo ele, era a de “trazer conhecimento, compartilhar experiências e promover o debate”.

A palestra de abertura ficou por conta do presidente da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), Victor Grabois. Com tema “Segurança do Paciente e a Interface com a Engenharia Clínica”, Victor falou dos avanços nesses 10 anos de criação do PNSP e também dos desafios do setor para fortalecer a segurança do paciente. Um dos avanços foi a criação dos núcleos de segurança do paciente. “Hoje, contamos com mais de 6.5 mil núcleos distribuídos Brasil afora”, destacou o presidente da Sobrasp, ao frisar que a discussão sobre segurança tem sido mais presente na agenda dos gestores.

Segundo Victor Grabois, um dos desafios das instituições é não contar com estruturas que garantam a execução dos procedimentos necessários. Ele explicou que no Brasil “metade de seus hospitais conta com menos de 100 leitos”. “O desafio é conseguir dar um suporte maior às instituições. Isso vale para o público e privado”, explicou.

Victor também chamou atenção para a culpabilização dos indivíduos em ocorrências de eventos adversos. “Ao invés de culpabilizar os indivíduos, é preciso tentar entender quais são as da instituição, e por qual motivo os erros aconteceram”, ponderou. Ele ainda garantiu que a engenharia clínica “é fundamental nesse processo, pois as tecnologias médicas são importantes mesmo na atenção primária, e mais ainda nos hospitais”.

Mesa redonda
Com o tema “A engenharia clínica nas instituições de saúde”, o evento também contou com uma mesa redonda. Com mediação da sócia-fundadora da Acreditare Consultoria, Eni Nascimento, também participaram da discussão: o coordenador de Engenharia e Manutenção do Hospital Israelita Albert Einstein, Alex Cordeiro Lins, a sócia-fundadora da Aprimore, Thaísa Cristina Afonso, e da avaliadora do Ibes, Elisângela Campos.

A mediadora, Eni Nascimento, também ponderou sobre o fato de compreender a importância de repensar a prática de “buscar os culpados” para os eventos adversos e chamou atenção para repensar sobre o uso da tecnologia. “O erro é humano, mas precisamos ter compromisso com a vida do outro”.

Ao ser questionado sobre o uso das tecnologias nas instituições, Alex Cordeiro Lins afirmou que elas vêm para ajudar, mas que é preciso pensar no foco. “Vejo que o uso da tecnologia avançou muito. Muitas interfaces e modalidades, mas o uso da tecnologia deve ser racional. Quantos recursos temos nos celulares e quantos usamos?”, comparou.

Victor Grabois complementou a fala do coordenador de Engenharia e Manutenção do Hospital Israelita Albert Einstein. “Se as pessoas não sabem exatamente para o que aquilo serve, já está em uma situação de risco”, disse. “As pessoas precisam estar habilitadas para manusear os equipamentos. Não basta só comprar. Além do que, entre a máquina e a cadeira tem um ser humano”, ressaltou.

Thaísa Cristina Afonso também falou da importância das boas práticas e fez reflexões sobre a real necessidade de determinados equipamentos. Já Elisângela Campos destacou que é preciso pensar no processo desde a aquisição. “Aproveitar do profissional que atua na unidade (engenheiro clínico) para contribuir para uma aquisição mais segura”, aconselhou.